Mais uma previsão que fiz no passado, que acaba de se concretizar.
Há anos questionava, a propósito de um alerta que tinha sido emitido e que se traduzia numa autêntica declaração de guerra, por parte do governo norte-americano, ao fenómeno do activismo em si - numa colocação que, aliás, mereceu destaque na página principal de uma rede internacional de sítios de notícias para activistas - quanto tempo faltaria até que, de serem equiparados e colocados no mesmo saco que a al-Qaeda, os activistas norte-americanos (ambientalistas, de esquerda, que fazem campanha pelo perdão das dívidas dos países de Terceiro Mundo etc.) fossem considerados eles próprios terroristas.
Questionava também, dado o evoluir das coisas na Europa - com um partido político a ser ilegalizado no nosso Estado vizinho e com grupos de apoio a detidos, nesse mesmo território, a serem incluídos na lista de organizações terroristas da UE - quanto tempo faltaria até que todos os activistas mais incómodos fossem considerados terroristas. Assim como, avisava que a óbvia estratégia, por parte do poder estabelecido, era "a da extensão do conceito de terrorismo à própria dissidência política".
De tão ridícula que era a declaração em causa do governo norte-americano, gozava até com a situação, num comentário em que fingia citar um telefonema de alguém para o FBI a denunciar o vizinho por ser anarquista e por ter falado em ir à próxima grande manifestação que iria haver em Washington, DC...
Mal sabia eu que iria ser esse mesmo tipo de denúncia o que iria ser literalmente incentivado no futuro...
Chegou o inacreditável, o absurdo e o surreal.
Chegou há anos a Portugal, relativamente a certas acções de certos grupos - como foi o caso da acção directa, que houve em Silves, contra os transgénicos - e chega agora ao Reino Unido, relativamente às ideologias de certos grupos.
Qualquer anarquista, pelo simples facto de o ser, é agora considerado como possível terrorista no grande Estado do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte.
Se isto não chega para vos abrir os olhos, então não sei o que o fará.
Acordem para o mundo real em que vivemos. Por vontade de quem nos controla a todos, os mais fundamentais direitos e liberdades, que até agora vocês tomavam como garantidos, no futuro, não irão simplesmente existir.
UK Police Tells Public To Report Anti-Government Beliefs As Terrorism
Briefing conflates dissent against the state with Al-Qaeda
Paul Joseph Watson
Infowars.com
Monday, August 1, 2011
The London Metropolitan Police is encouraging businesses and the general public to immediately report anyone who holds anti-government political beliefs to the authorities as terrorists, calling on people to become volunteer informants as the state prepares for widespread social unrest.
“This was the surprising injunction from the Metropolitan Police issued to businesses and members of the public in Westminster last week,” reports the London Guardian. “There was no warning about other political groups, but next to an image of the anarchist emblem, the City of Westminster police’s “counter terrorist focus desk” called for anti-anarchist whistleblowers stating: “Anarchism is a political philosophy which considers the state undesirable, unnecessary, and harmful, and instead promotes a stateless society, or anarchy. Any information relating to anarchists should be reported to your local police.””
In also calling on people to report Al-Qaeda paraphernalia to police, the briefing conflates “anarchists” with terrorists.
“It unfairly implies that anyone involved in anarchism should be known to the police and is involved in an dangerous activity,” said Jason Sands, an anarchist from South London. “There is nothing inherently criminal about political philosophy whatever it is. The police work under the convention on human rights which disallows discrimination against people because of their political beliefs and even the request for information would seem to be in breach of that.”
Of course, the “anarchist” label could apply to a whole range of political beliefs, but the fact that the state is now openly criminalizing anti-government sentiment and encouraging people to report on their neighbors for expressing dissent or displaying any sign of their political philosophy is a clear indication of how paranoid the British government has become of its own citizens.
As anarchist Sean Smith told the Guardian, “It’s pretty absurd, but not surprising, when the state seeks to criminalise ideas it deems to be dangerous to its own survival.”
Indeed, if you want an insight into where the British government thinks this is all heading, look no further than a 2007 Ministry of Defence report which foresaw “the middle classes becoming revolutionary” and “taking on the role of Marx’s proletariat” within three decades.
“The world’s middle classes might unite, using access to knowledge, resources and skills to shape transnational processes in their own class interest,” warns the report, predicting mass unrest and social dislocation.
This is why the authorities are already putting the squeeze on any kind of political beliefs that could be construed as anti-government. They are aware of the fact that the increasingly dangerous, unjust and economically deprived post-industrial revolution now being used to eviscerate the middle class in the west will provoke a hostile and radical reaction.
Encouraging people to report on each other for political beliefs deemed undesirable by the state is precisely what happened in Soviet Russia and Nazi Germany.
One common misconception about Nazi Germany was that the police state was solely a creation of the authorities and that the citizens were merely victims. On the contrary, Gestapo files show that 80% of all Gestapo investigations were started in response to information provided by denunciations by “ordinary” Germans.
“There were relatively few secret police, and most were just processing the information coming in. I had found a shocking fact. It wasn’t the secret police who were doing this wide-scale surveillance and hiding on every street corner. It was the ordinary German people who were informing on their neighbors,” wrote Robert Gellately of Florida State University.
Gellately discovered that the people who informed on their neighbors were motivated primarily by banal factors – “greed, jealousy, and petty differences,” and not by a genuine concern about crime or insecurity.
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Paul Joseph Watson is the editor and writer for PrisonPlanet.com. He is the author of Order Out Of Chaos. Watson is also a regular fill-in host for The Alex Jones Show.
Com esta última evolução, são já duas as organizações consideradas como possivelmente terroristas (e suponho que o termo "possivelmente" também já não dure muito tempo) a que já pertenceu o autor deste blogue. Sendo uma delas a anarco-sindicalista Associação Internacional dos Trabalhadores, que é mencionada no artigo do The Guardian e que tem a ousadia de reivindicar melhores condições de trabalho e mais direitos para quem é trabalhador por conta de outrem, e a outra um mais informal e independente grupo Food Not Bombs, que pratica o imensamente terrorista acto de oferecer comida vegetariana a pessoas sem abrigo e em dificuldades (e, ocasionalmente, também a pessoas que participam em manifestações).
Bom trabalho, polícia e restantes agências de vigilância do Estado. Isto é que é verdadeiro serviço público e dinheiro dos contribuintes bem gasto. Toca a vigiar e a prender essa cambada de terroristas e a obedecer cegamente à vossa hierarquia ou a conscientemente fazer o que vocês sabem ser completamente errado. Pois o vosso governo, como sempre e melhor que ninguém, zela pelos nossos interesses e sabe bem o que está certo e o que é melhor para todos.
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