Pois, não são contra a permanência das respectivas nações na União Europeia. Não sendo, por isso, referendos sobre uma real independência das nações em causa.
A única coisa que visam tais referendos alterar, é a permanência das respectivas nações nos actuais estados- -nações a que pertencem, para que passem estas nações a pertencer apenas ao grande superestado europeu.
Um dos objectivos do poder estabelecido, que está por trás da construção da UE e das Nações Unidas, é (tal como tem repetidamente dito o investigador Daniel Estulin) a destruição do conceito de Estado-Nação. E servem estes referendos "independentistas", no caso dos estados europeus constituídos por várias nações, meramente para destruir tais estados- -nações, enquanto conceito. Pois, a maior parte das políticas que sejam realmente importantes, continuarão a ser, cada vez mais, decididas em Bruxelas e não nas capitais de tais nações.
O que estamos a assistir, é a mais uma tentativa de destruir os diferentes estados-nação e estados- -nações europeus (desta vez, desde dentro, com regionalismos e nacionalismos) para que deixem as pessoas de valorizar as actuais entidades e estruturas político-económicas estatais em que vivem - e, mais importantemente, os conceitos (de bem-estar comum e de desenvolvimento) que estão por trás do surgimento das mesmas - e se possa prosseguir com a destruição das mesmas, em favor de um superestado europeu, controlado pelos grandes interesses económicos internacionais (e, eventualmente, um superestado mundial, que sirva apenas para consolidar o poder destes mesmos interesses económicos internacionais, antes de dar forma a uma sociedade neofeudalista).
Lembrem-se de que foi o próprio poder estabelecido quem dividiu vários países europeus em regiões autónomas e nacionais - e que tentou fazê-lo também em Portugal.
Foram os partidos do sistema quem, na elaboração da Constituição democrática de 1978, dividiu o Estado Espanhol em comunidades autónomas. E foi o governo de Tony Blair quem, depois de uma série de referendos, criou os diferentes parlamentos nacionais no Reino Unido, em 1998. Ou, por outras palavras, foi o próprio poder estabelecido quem criou e abriu o caminho para que pudessem ser fortalecidos os diferentes movimentos nacionalistas nestes territórios que vão a referendo. E, é claramente - pelos motivos acima mencionados - o próprio poder estabelecido quem mais tem a beneficiar com tudo isto.
Por isso, não se deixem enganar pelas muitas bandeiras nacionalistas que vêem nas respectivas marchas e manifestações - e procurem pelas bandeiras europeias que estão presentes nas mesmas.
E, o que é que fazem os partidos do sistema, no Reino Unido, perante o referendo "independentista" escocês?
ResponderEliminarDelegam ainda mais poderes para o parlamento nacional escocês - aumentando o distanciamento político, relativamente a Londres - e, fazem isto, ainda que tenha ganho a opção contra a independência.
Mais. Começa agora o Primeiro-Ministro a falar em criar também um parlamento inglês - para, mais uma vez, aumentar e vincar a separação política.
(Alguém ainda tem dúvidas, de que todo este processo de separação é incentivado pelo próprio poder estabelecido?...)