quinta-feira, 31 de outubro de 2013

1/3 da gasolina

Há uns anos, tive a oportunidade de conhecer uma rapariga de um país banhado pelo Mar do Norte, namorada de um herdeiro de um fabricante de carros.
E, no decorrer das várias conversas que ocorreram, no grupo do qual eu e ela fazíamos parte, fiquei a saber de algo muito interessante, quanto ao consumo do mais precioso recurso energético, que agora parece começar a dar claros sinais de escassez...
Fiquei a saber que, na empresa da família à qual estava esta pessoa ligada, alguém surgiu com um novo projecto de motor para carros que consumia apenas 1/3 (repito, apenas 1/3) da gasolina que era, na altura, consumida pelos carros produzidos por tal empresa.

Uma excelente ideia, para preservar recursos naturais?
Não propriamente...
O projecto foi abafado e nunca chegou a ser implementado.
A razão para tal?
Caso fossem para a frente com tal ideia, (deduzindo eu que a ligação seja que, o resultado óbvio seria que os motores produzidos por tal empresa iriam durar mais) a consequência seria que, iriam vender menos carros. (E, deste modo, diminuir os lucros da empresa.)

Na altura, por já saber eu de um outro caso em que foi seguida a mesma lógica - de eliminar uma alternativa mais eficiente, em termos energéticos (e de dar primazia ao lucro imediato, em detrimento da preservação de recursos naturais) - não me surpreendeu ouvir tal coisa.
E, por já ter eu, na altura, entrado na minha fase pessimista, nem me interessei sequer em saber mais pormenores sobre o assunto...
No entanto, achei que tinha interesse partilhar aqui esta informação, de que tive conhecimento.
Para que todos reflictam, um pouco, sobre um dos absurdos resultantes da lógica sobre a qual assenta a economia capitalista - que sempre convidava, até agora, ao desperdício, e ao não
reaproveitamento, dos recursos que temos, para satisfazer a sede de riqueza de quem já a tem em quantidade que (pelos vistos, para tais pessoas, não) é suficiente.

Lembrem-se disto (e dos restantes absurdos, deste tipo, em que forem reparando) de cada vez que, por exemplo, forem a uma bomba de gasolina e constatarem que tal está encerrada, devido ao novo fenómeno de falta de abastecimento...

3 comentários:

  1. Recentemente saiu por aqui uma notícia que repercutiu muito nas redes sociais e pouco em outras mídias, o caso de um "Acreano 'que criou' moto que usa combustível à base de água e faz 60 km por litro", imagine o quão benéfico isso seria se levado a produção, mas claro, não dará grandes lucros para os já magnatas dos combustíveis, então nada de levar a ideia adiante =/

    http://www.soemrondonia.com.br/2013/12/acreano-cria-moto-que-usa-combustivel-a-base-de-agua-e-faz-60-km-por-litro.html#.UrHsMM5oF5f

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    1. O hidrogénio como fonte de energia alternativa, obtida a partir de água, é algo que foi seriamente estudado, no início da década passada, quando se começou a falar (mais) na escassez de petróleo e de gás natural.

      E, do que me lembro de ler, apresenta 4 aspectos práticos que o tornam muito pouco viável...

      1. Gasta-se mais energia (eléctrica, no processo de electrólise) a produzir o hidrogénio, do que se obtém a partir do mesmo, quando este é queimado. Ou seja, é um processo que desperdiça energia eléctrica, que pode ser simplesmente usada directamente - através de, por exemplo, baterias eléctricas.

      2. Por ser o hidrogénio o mais pequeno elemento, ou molécula, que existe, é muito difícil para as outras moléculas maiores, que façam parte de recipientes, impedir a passagem deste. Ou seja, é uma substância que vaza facilmente dos recipientes, através da porosidade que todos inevitavelmente terão, relativamente a tão pequeno elemento.

      3. Pelo que li, há uns bons anos atrás, tem um densidade energética menor do que a gasolina. E, por isso, obrigaria a que as pessoas: ou tivessem veículos com depósitos enormes; ou estivessem constantemente a reabastecer. (Nenhuma das quais é uma opção muito viável...)

      (Não sei que cálculos terá feito o sujeito mencionado no artigo, para dizer que gasta menos hidrogénio do que gasolina, mas isso contradiz o que eu soube, da parte de um investigador de renome internacional...)

      4. O hidrogénio é uma substância altamente inflamável/explosiva. E, estar a usá-lo em veículos motorizados constitui um grande perigo. Pois, basta haver uma queda ou um embate suficientemente fortes e... Cabum!

      Para além disto tudo, o estar a produzi-lo através da água, é estar a queimar um recurso que se está a tornar também cada vez mais escasso e valioso (e que deverá ser mais necessário para outras actividades mais básicas e importantes, do que os transportes não essenciais).

      A alternativa mais viável, por enquanto, para veículos motorizados e autónomos, parecem ser as baterias eléctricas. E, aqui em Portugal, já se começam a ver fontes de carregamento para este tipo de baterias, nos postos de abastecimento de combustível.

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    2. Deixo aqui uma hiperligação para um artigo, sobre a questão do hidrogénio, escrito pelo tal investigador internacionalmente conhecido, que mencionei, que andou seriamente a pesquisar sobre alternativas energéticas, no início da década passada.

      http://www.fromthewilderness.com/free/ww3/081803_hydrogen_answers.html

      Para mais informação, é só procurar na Internet pelo que de mais têm a dizer este autor, chamado Michael C. Ruppert, e também um conhecido ecologista, amigo dele, que andou também a pesquisar sobre esta importante questão das energias alternativas, chamado Richard Heinberg.

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