sexta-feira, 5 de abril de 2013

Produtos que começam a faltar nos hipermercados

Quem, cá em casa, costuma comprar os produtos alimentares num hipermercado local, tem repetidamente observado - nos últimos anos e também, um pouco mais, recentemente - que há certos produtos que dantes se vendiam e que não são mais possíveis de encontrar em tal hipermercado.
Como indica a designação de tal estabelecimento, este é um sítio mesmo muito grande, onde se pode encontrar uma muito grande variedade de produtos.
Apesar de suspeitar eu, logo após as primeiras observações, de porque razão estaria isto a ocorrer, cheguei a pensar, inicialmente, que pudesse ser uma falha temporária no abastecimento.
E, mais recentemente, com novos relatos de desaparecimentos de mais produtos, cheguei também a considerar a hipótese de que talvez fosse uma situação derivada da greve dos estivadores que estava, na altura, a decorrer.
Mas, não... Os produtos desapareceram para nunca mais serem vistos. E, com o passar do tempo, ficou mais forte a minha suspeita relativamente a isto.

"Com a quantidade de fábricas que estão a fechar, é natural que comecem a faltar alguns produtos", disse eu a tal pessoa.

E estou agora mesmo muito convicto de que seja esta a explicação. Pois, isto é algo que, mais tarde ou mais cedo, inevitavelmente, iria começar a acontecer...
Com uma sociedade já em pleno Colapso e processo de desindustrialização, é de esperar um gradual desaparecimento de toda uma variedade de produtos, tornados possíveis apenas por essa mesma industrialização.
Sejam os produtos que se começam a vender menos (de companhias que ainda sobrevivem) e que a dita "crise" obriga a deixar de produzir (por deixar de valer a pena), sejam os de marcas nacionais ou internacionais que são produzidos, no nosso país, em fábricas que estão a fechar (e que, apesar de terem "saída", se tornam impossíveis de produzir, por não conseguirem os donos de tais fábricas obter os empréstimos necessários), sejam os produtos que vêm de fora e que são produzidos em fábricas que, nos outros países, também fecham... É de esperar, daqui para a frente, uma contínua ocorrência deste tipo de "desaparecimentos".
Ocorrência essa, que terminará com o encerramento também de algumas grandes superfícies, tal como começa a ser o caso de algumas mercearias locais, que fecharam portas, e de outros tipos de lojas, de produtos não essenciais, que notoriamente têm fechado (e em definitivo) na localidade onde vivo.
(E diziam as pessoas - cá em casa e não só - que era mentira o de que eu vinha a avisar, 5 anos antes de tudo isto ter início, que vinha aí um grande Colapso, com desemprego em massa, entre outras coisas, como consequência...)
Apenas mais um claro sinal dos novos tempos que aí vêm.

3 comentários:

  1. E as bombas de gasolina que, por vezes, fecham temporariamente por não terem mais combustível para vender?

    (Essa, então, é que é...)

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  2. Fernando,

    Mais do que isso, o que constato é a cada vez maior limitação de escolha.

    Das mais de 240 espécies de maças, actualmente só encontramos à venda umas 8. Isto deve-se a vários factores: as sementes estão controladas e nas mãos de grandes multinacionais, as que se produzem são as que mais rapidamente atingem a maturidade, a selecção deve obedecer a padrões de uniformização, as retidas são as que aguentam o transporte e refrigeração, ...

    Perde-se a textura, o sabor, mas nada disso interessa.

    Mais do que a rarefacção de certos produtos, é a falta de poder escolher o que comemos.

    Um abraço

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  3. isso não é verdade, nada irá acabar! profetas da desgraça!

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