Uma importante informação a reter, no presente e no futuro próximo, especialmente agora que se assiste ao surgimento de um estranho movimento activista num país onde o activismo político tem sido, até agora, inexistente.
Movimento esse que, apesar de diminuto, é prontamente coberto pela imprensa controlada, surge numa altura muito suspeita e que não surpreenderia se fosse mais um dos vários movimentos controlados, que ocasionalmente surgem, para remover líderes não alinhados com o Ocidente.
(Que ninguém me interprete mal... Vejo como muito positivo todo o tipo de movimentos que sejam no sentido de uma maior liberdade e de um claro progresso, para os povos neste tipo de movimentações envolvidos. A questão está em saber se é mesmo no sentido de uma maior liberdade, a longo prazo, e melhores condições de vida que surgem certos movimentos. E exemplos do contrário, ou de um retorno ao mesmo tipo de tiranias, que só mantêm um país numa situação de atraso civilizacional, são vários os que se têm observado em África. Chamo aqui a atenção para este movimento, por considerar ser um de muito interesse, dada a altura em que surge e dada a ligação, do país onde ocorre, ao nosso próprio país.)
Michael C. Ruppert avisou, e com razão, que África iria ser um dos próximos cenários de guerra pelos últimos redutos de petróleo que restam no Mundo. E que a batalha final seria entre os EUA (ou, melhor falando, o Ocidente) e a China.
As maiores reservas africanas, estão já fora do alcance dos chineses. Agora que foi removido mais um ditador não alinhado com o Ocidente - que interferia nos planos de dominação ocidental do seu continente - que foi o seu país bombardeado quase de volta à Idade da Pedra, que pode quem lá habita dizer adeus à qualidade de vida que tinha e podem as elites ocidentais fazer o que quiserem com o petróleo que se encontra neste território.
Mas há mais petróleo que é preciso assegurar. E para o qual se podem até mobilizar - Quem sabe? - se possível e necessário, forças militares, agora livres, com o fim das hostilidades na Líbia.
Nos últimos anos, tem vindo a crescer, de modo substancial, a quantidade deste líquido que é extraído em Angola, a qual possui as terceiras maiores reservas do seu continente. Estando esta actualmente a competir com a Nigéria (que possui as segundas maiores) como maior exportador de petróleo em África e tendo o governo angolano providenciado este valioso recurso, quer aos EUA e restantes países ocidentais, quer à China. E, no ano passado, tornou-se até o maior exportador, em quantidades absolutas, deste líquido para esta última potência industrial asiática.
Mas observemos a evolução nos últimos anos.
Apesar de ter havido, entre 2006 e 2010, um acréscimo de mais de 30% na produção, a exportação de petróleo de Angola para os EUA, sofreu uma significativa queda, durante esse mesmo período de tempo, de 26,4%.
Se compararmos as duas seguintes estatísticas, poderemos ver quem é que, em contraste - não só com os EUA, mas também com os restantes países ocidentais - tem vindo a receber uma maior fatia do bolo.
Interessante evolução, não?
E uma tendência que, certamente, deverá deixar muita gente no Ocidente preocupada com o que se passa neste país africano.
Para além disto, Angola tem-se tornado cada vez mais interdependente, em termos económicos, da China, com os sucessivos acordos de cooperação que têm sido estabelecidos. Em que - tal como tem sido o caso noutros países africanos - a troco do precioso petróleo, a China tem ajudado na construção de habitações e de infra-estruturas locais, assim como em outros projectos, no domínio do sector primário, com resultados muito benéficos para este país africano, apostado em crescer economicamente.
Com as condições de vida claramente a melhorar neste país, porquê, nesta altura, um movimento de contestação?
Lembrem-se de tudo isto, quando observarem os próximos acontecimentos políticos nesta ex-colónia portuguesa.
Obrigada Fernando Negro. Ajudou-me: :)
ResponderEliminarGostei imenso deste artigo!