Mais uma guerra imperialista em que Portugal se encontra envolvido. E desta vez nem se perdeu muito tempo com pretextos para a mesma.
Tal como tinha já Luís Amado avisado aquando da recente cimeira da OTAN em Lisboa, esta organização demonstra com isto ter sido definitivamente promovida, na sua natureza, de defensiva a ofensiva, parecendo agora estar mais à vontade para iniciar guerras e bombardear países estrangeiros em situações que não sejam de autodefesa.
Passamos com isto a uma aparente segunda fase na intervenção ocidental nos países árabes com vista à mudança dos seus regimes. Uma fase em que tudo se torna mais explícito e em que já não se usam máscaras.
Só há aqui um problema... Parece que, no nosso caso, como país membro da OTAN, este tipo de "ingerência" e esta clara "forma de agressão" violam um tal "Artigo 7º" de uma série de "Princípios Fundamentais" enunciados num documento intitulado "Constituição da República Portuguesa"... (Mas, quem é que quer saber disso para alguma coisa?...)
Para além disso, este tipo de ataques não foram autorizados pelo Conselho de Segurança da ONU. E, o facto dos vários governos ocidentais estarem a interferir no que, à luz do direito internacional, deveria ser encarado como o natural processo de evolução de um país, que apenas ao povo em causa diz respeito, viola também os princípios de um documento chamado "Carta das Nações Unidas" (que suponho que também já não seja importante) que proíbe a intervenção estrangeira nos assuntos internos dos vários países membros desta organização.
A situação na Líbia não é a mesma do que recentemente ocorreu nos vizinhos Egipto e Tunísia. Não se tratam de manifestantes pacíficos que estão a ser reprimidos pelas forças governamentais. Tratam-se sim de milícias armadas que estão a atacar forças governamentais e vice-versa. Sendo, portanto, esta uma situação de Guerra Civil e não a de uma mera "população" envolvida em "protestos" contra o seu governo.
(Mas, espera aí. Os ocidentais agora são a favor da al-Qaeda?!... Voltámos então ao mesmo tipo de relação denunciada pelo ex-espião do MI5, David Shayler?)
Mas será que é por se preocuparem tanto com o povo líbio que querem intervir militarmente neste país e não noutros por este mundo fora, que também estão a viver situações de guerra civil? Ou serão mais o facto da Líbia ser o país africano com as maiores reservas de petróleo do seu continente e o facto de Qaddafi ter recentemente considerado nacionalizar de novo todas essas mesmas reservas o motivo de tanta preocupação?
Se se preocupam assim tanto com o povo líbio, porque razão estão, quase certamente, como agora é hábito em todos os países onde ocorrem intervenções militares por parte da OTAN e afins, a contaminar o seu território com munições de urânio "empobrecido"?
Porque razão começou esta rebelião exactamente na zona mais rica em petróleo deste país? Porque razão está um estado vizinho, há muitos anos vassalo do Ocidente (e no qual foi recentemente destituído um chefe de Estado que já se estava a inclinar para o lado dos iranianos), a fornecer armas a estes mesmos rebeldes? E o que estavam lá a fazer tantos chineses, que puderam ser vistos entre os grupos de refugiados que saíram deste país?
Questões interessantes, não acham?
Envenenar os povos com os quais dizem estar preocupados... Tomar, neste caso, o lado de uma organização contra a qual supostamente estão a lutar noutros países... Sou eu o único a ver aqui contradições?...
Para finalizar, deixo-vos um excerto do texto que pode ser encontrado na secção de "informação básica" disponível na página oficial no Facebook da Presidência da República Portuguesa.
"Como Comandante Supremo das Forças Armadas, o Presidente da República ocupa o primeiro lugar na hierarquia das Forças Armadas e compete-lhe assim, em matéria de defesa nacional:"O que é afirmado mais parece ser uma piada... Suponho que seja para enganar os mais ingénuos, que engolem tudo o que são mentiras e propaganda por parte do governo e dos média de massas e aquela malta que passa a maior parte do tempo em linha no sítio do Facebook e que poucas vezes utiliza um outro chamado Google para se informar seriamente sobre qualquer tipo de assunto verdadeiramente importante...
(...)
"assegurar a fidelidade das Forças Armadas à Constituição e às instituições democráticas e exprimir publicamente, em nome das Forças Armadas, essa fidelidade;"